Inverno: época de conviver com as gripes e os resfriados
Durante o inverno é muito normal que adultos e principalmente as crianças fiquem mais propensas a ter gripes e resfriados. Pensando nisso, o Dr. Marco Aurélio Safadi, professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará, orienta sobre os sintomas, a prevenção, os mitos e as crenças sobre estas duas infecções.
Qual é a diferença entre gripe e resfriado?
A gripe e os resfriados são infecções comuns do sistema respiratório. Apesar das pessoas confundirem, chamando um resfriado de gripe ou uma gripe leve de resfriado, existem diferenças fundamentais entre essas duas infecções:
A gripe é uma infecção do sistema respiratório, altamente contagiosa, causada unicamente pelo vírus “influenza”, potencialmente grave e que pode provocar epidemias. Apesar de ser uma doença, na maioria das pessoas, benigna e auto-limitada, podem ocorrer complicações, como por exemplo, as pneumonias, podendo provocar até a morte, especialmente em determinados grupos, como os idosos, as crianças pequenas e nos portadores de doenças crônicas (como asma, diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares etc.).
Os sintomas da gripe são febre (38oc a 40oc) de início abrupto com duração de pelo menos dois ou três dias, calafrios, dores musculares, cansaço, mal estar, falta de apetite, tosse, dor de garganta e de cabeça, ocasionando sensação de intensa fraqueza.
O resfriado comum é uma infecção que acomete as vias aéreas superiores, causada por diferentes vírus sendo os rinovírus os mais freqüentes.
Os resfriados têm início progressivo, seus sintomas são normalmente mais brandos e de curta duração, raramente observa-se febre, acometem mais o nariz e a garganta e se caracterizam principalmente por: coriza, congestão nasal, espirros, dor de garganta e tosse.
Os resfriados podem ocorrer várias vezes no ano, causados por diferentes vírus. Já a gripe geralmente ocorre uma vez por ano, durante o período de circulação do vírus influenza.
Qual a maneira mais eficaz de se prevenir da gripe?
A melhor maneira de se prevenir da gripe é por meio das vacinas. A exemplo do que ocorre com outras vacinas, a doença pode ocorrer mesmo em pessoas vacinadas; porém, nestes casos, a gripe é mais leve e com recuperação mais rápida do que em não-vacinados. Devemos nos lembrar também que para gerar proteção, são necessários pelo menos 15 dias após a vacinação para que tenhamos anticorpos protetores. Além disso, a vacina da gripe não oferece nenhuma proteção contra doenças causadas por outros vírus, que não o vírus influenza.
Quem deve receber a vacina da gripe?
O Ministério da Saúde recomenda a vacina de gripe anualmente para: idosos (mais de 60 anos), crianças de 6 meses a 5 anos de idade; crianças com mais de 6 meses e adultos de qualquer idade que façam parte dos chamados grupos de risco (portadores de asma e de outras doenças pulmonares crônicas, doenças cardíacas, doenças metabólicas, como o diabetes mellitus, pessoas com comprometimento da imunidade e pessoas que façam uso crônico de ácido acetil salicílico), gestantes e puérperas.
Bebês com menos de 6 meses podem receber a vacina?
A vacina não pode ser feita em crianças menores de 6 meses de idade; assim, a melhor maneira de protegê-las é através da vacinação dos seus familiares e das pessoas que tenham contato com estas crianças. A melhor época para fazer a vacina é no início do outono, antes do início da temporada de gripe.
Alguns mitos e crenças
Existem muitos mitos e crendices populares em relação à gripe e seu tratamento. Importante salientar que os estudos científicos não conseguiram demonstrar que o uso de vitamina C ou o consumo de chás como os de hortelã e menta diminuam as complicações da gripe.
Andar descalço, beber gelado ou tomar banho quente e sair no tempo frio, são situações que podem desencadear rinite e outras manifestações respiratórias, principalmente em pessoas alérgicas, não estando, entretanto, relacionados à gripe propriamente dita.
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Foto: Freepik